Editorial

Cada um por si

“Eu não estou entendendo nada, do que você quer dizer. Você me diz que é pra eu ficar quieto, depois diz pra eu me mexer. Eu não estou fazendo nada, mas também o que é que eu vou fazer. Eu não estou sabendo nada, mas também não quero nem saber. Eu não estou sentindo nada, mas eu acho bem melhor assim. Porque eu sofreria por você, mas eu não vou sofrer por mim.”
A letra da música Cada um por si, do Ultraje a Rigor, mostra uma visão interessante do atual convívio social, muitas vezes não notada. Um convívio onde quem grita mais alto é a individualidade, movida não por uma pessoa só, mas por grupos organizados, ou porque não dizer, muitas vezes desorganizados.
Uma sociedade capitalista, onde é cada um por si e todos por nenhum.
Nas últimas semanas, grupos tem se organizado para manifestar melhores condições salariais no serviço público municipal. Atos dignos e de direito, de quem busca a equiparação necessária, de salários defasados pela falta de planejamento e implantação de planos de carreira. Planos estes, esquecidos lá atrás, e que hoje, poderiam não impactar drasticamente a folha dos cofres públicos municipais.
Infelizmente, criou-se um ciclo vicioso, uma sociedade preocupada só com o interesse do ‘eu’. Uma luta em benefício próprio, onde a vitória muitas vezes só interessa a uma pequena minoria. O gosto da conquista fica abafado debaixo da cama, no apagar das luzes.
A reflexão que deve-se destacar, é que falta união em lutas maiores, que beneficiem a sociedade em geral. Grupos organizados para acompanhar e cobrar melhorias na saúde, no saneamento básico, no esporte e lazer, na habitação etc.
É notória a força do povo, que têm o álibi e um poder, que sabendo usar, ganha diversas batalhas. O poder do voto.
E por que não usar esse poder, para praticar o “um por todos e todos por um”, deixando o individualismo do “cada um por si” de lado.
Pra não dizer que não falei das flores, muito bem, cantou Geraldo Vandré, “caminhando e cantando, e seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não. Nas escolas, nas ruas, campos, construções. Caminhando e cantando e seguindo a canção. “Vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
Juntos, vamos fazer a nossa hora, quem sabe algo possa acontecer.
Vale a pena insistir, persistir e nunca desistir. A esperança traz sentido à vida!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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